Tudo
é passageiro
sei que já devia ter olhado o relógio.
Tento
enganar o tempo e invento palavras
letra por letra
num diálogo a transitar entre
o sangue e o nevoeiro.
Há
os dias que rasgam a memória
e
as mãos procuram significados.
Mas
os pontos de partida não têm
princípio
nem fim
levam
a lado nenhum.
Queria
arrumar a mágoa num abraço
finjo
que está tudo bem
não
tenho para onde ir.
BL
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