Chegam as neblinas
sem palavras e a brancura
derrama-se na manhã, convoca a melancolia
dispersa em cristais de pureza.
Sou viajante no vento
a rasgar o fecundo silêncio
que descortina o sentido de cumes e declives
entre a luz primordial
e teias de solidão.
Sorvo de um só trago
o afeto doce e quente de pensamentos
que ficaram cravados nos tempos por onde passei.
Neles me circundei de verdades e medos
e nos atalhos que entre eles nasceram
agora escrevo
as marcas de um sonho
que nos olhos transportou o desespero
e nos lábios ancorou um verde frio
e por pudor recuou
nas margens nuas do meu rio.
Brígida Luz
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