Digo-te ainda
de um tempo feito de luas transparentes
e anseios de abril
de um mar exato de águas repousadas
que me abrigava
na claridade dos teus silêncios
digo-te da sede
que em mim bebia o fogo das alvoradas
e acordava rituais
de sementes inebriantes.
Digo-te de mim
de olhos que ardem rios de sal
que não secaram o bastante
para respirar
da ilusão que afaga as incertezas
de uma rocha poente
e inventa remendos flutuantes
em margens transbordantes e desertas.
Digo-me
a mim
de um tempo paciente
incompleto
em aberto sem memória.
BL
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