Cinjo-me ao rio que flui
fundo e claro
pelos meandros da minha
infância.
Regresso ao açude e às
pedras
macias e lisas
como se fossem o tempo a
deslizar
na transparência das
águas.
E os ecos a flutuarem.
Na superfície líquida
as fantasias do primeiro
amor.
Nesse tempo
todo o corpo podia ser
composto
de silêncio. Nos olhos
nasciam horizontes limpos
e as vozes eram
imaculadas
porque ainda não
existiam manchas
no meu vocabulário.
E a minha verdade era toda
aquela
em que os meus olhos
largos
sabiam acreditar.
BL
07.10.17
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