Acena-me de novo
aquele olhar que suspendi
no tempo.
Nada me resgatará das
palavras omissas
eu sei
hoje sei
de asas que envelhecem.
Mas deixa-me reajustar a
palavra e reinventar
o tempo
deixa-me seguir o verso
ainda que seja um
murmúrio da água que me pousa nas mãos
ou o nada que resta
dentro dos nomes em que me desdobrei.
Sobro-me num corpo
translúcido
perfil de árvore
a guardar silêncios
debaixo da pele.
às vezes
uma luz fragmentada
frágil
por dentro do silêncio.
na cicatrização da luz
num mundo atravessado por
portas fechadas
e espaços em branco.
E as sílabas
a serem interrompidas no interior do olhar.
Irreversivelmente.
BL
30.09.17
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