segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Vazio

 




não é ausência.
é o que sobra quando tudo parte.


um centro sem contorno.
um eco sem origem.


não se toca.
não se nomeia.
mas está.
sempre.

entre o gesto e o arrepio.
entre o som e o silêncio.
entre o antes e o nunca.


vazio.
não é falta.
é excesso de nada.

um lugar onde o tempo se curva.
onde o corpo se esquece.
onde o pensamento se desfaz.


não cabe no poema.
mas o poema cabe nele.

[há um espaço onde tudo se cala
e esse espaço tem o nome que não dizemos.]







BL

03.11.25







Sem comentários:

Enviar um comentário