não é ausência.
é o que sobra quando tudo parte.
um centro sem contorno.
um eco sem origem.
não se toca.
não se nomeia.
mas está.
sempre.
entre o gesto e o arrepio.
entre o som e o silêncio.
entre o antes e o nunca.
vazio.
não é falta.
é excesso de nada.
um lugar onde o tempo se curva.
onde o corpo se esquece.
onde o pensamento se desfaz.
não cabe no poema.
mas o poema cabe nele.
[há um espaço onde tudo se cala
e esse espaço tem o nome que não dizemos.]
BL
03.11.25
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