Pisamos o silêncio
das folhas caídas
com o hálito a saber
a alecrim
e sombra.
Nos dedos
um relicário de instantes
que se desfazem
como névoa
ao toque do sol.
Há uma ternura
que se esconde
na dobra secreta
do peito
onde o tempo hesita
antes de seguir.
Talvez murmurem
os salgueiros
segredos antigos
aos ventos que passam
e talvez os pássaros
ao rasar o crepúsculo
tragam nas asas
o eco de promessas
não ditas.
Talvez a luz
que dança
na superfície dos lagos
seja o último gesto
dos dias
antes de se perderem
na eternidade.
BL
06.11.25
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