quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Neste resto de verão

 






Neste resto de verão

a noite adormece

e para surpresa da lua o poema


cresce.


Podia anunciar um beijo

o teu nome

na brisa


sementes que fomos


os dias breves

voláteis

asas efémeras


o espaço que somos.


Foi só mais um dia

inquilino da memória


e


ao fim e ao cabo

o poema cresce

sem contar a história.


Uma história de sol

que em mim

crepitava


quando era nascente


e em ti já penumbra

a poente

declinava.


Esta história

afinal

aqui é uma ilha.


Sombria

e

monótona


a ninguém maravilha.


BL

11.10.23








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