E
fico à espera que um dia
a
tua voz chegue da lonjura do olhar
ou
um pássaro voe atravessado de luz sobre a minha pele.
Em
ti existirão as sobras de um abrigo
a
melodia em ruínas
a
estridência do que não foi dito.
As
palavras serão matéria da noite
nuas
como a alma
guardadas
em mim como sussurros dos teus passos
a
entardecerem nos versos.
No
turbilhão da vertigem
recolho
os verbos de todos os poemas
pedra
definitiva
consentidamente
perdida na cegueira do erro.
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