sexta-feira, 26 de junho de 2020

De costas voltadas para a janela




Estou sentada num dia a morrer vazio.
O canto recostado na inclinação
do silêncio
e o vento
inquieto
baralha-me o pensamento arrastado e
sem certezas.

Não sei se faz sentido recolher palavras espalhadas
ao acaso
e alinhá-las de novo de um modo embaciado

enquanto as mãos correm para
lugares de melancolia
às vezes crateras abertas por um sopro gelado de nomes irreconhecíveis

pela escuridão.

BL
25.06.20

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