O branco da noite
a entornar-se na folha.
A projetar nas paredes
fagulhas da memória,
sombras exaustas,
tentativas de reler sentidos em crenças interrompidas.
Ardem-me nos olhos os lugares
onde as árvores sobrevivem.
Cola-se ao interior das mãos
um refúgio da solidão,
uma história de conchas improváveis.
E a página desdobra-se,
lentamente,
sobre nostalgias adormecidas
e diálogos que suspendi em frestas de esquecimentos
ou no descampado dos dias.
Volto-me então para a luz secreta
de um tempo que dorme no calendário do meu corpo
e engano outonos anacrónicos
no monólogo que me resta
no lado de dentro das palavras.
E o poema não é sempre um monólogo de paisagens diversas?
ResponderEliminarUm grande abraço
Que enorme talento! Mais um belíssimo poema! <3
ResponderEliminarHá sempre uma luz
ResponderEliminarna nossa sombra preferida
Bj
É nessa luz secreta, Brígida, que reside a capacidade de transformar o cenário dos caminhos...
ResponderEliminarBeijo :)