À tua volta
a inquietação dos espaços em branco
e os teus olhos
frágeis
a desenharem passos
impalpáveis
na geografia azul de manhãs perfeitas.
O chão
dorido e gasto
[ a reclamar o sal
da tua pele ]
chora nos teus lábios
o silêncio das colheitas.
Sangras moinhos de vento
[ em gemidos de invernosa luz ]
e o tempo a resistir
às velas desfraldadas.
E todo o meu gesto
quebrado e lento
a raízes amarrado
[ porém, de culpa isento ]
à espera dos teus braços
em antigo movimento
a erguer-me das cinzas invisíveis
das palavras.
BL
Muito bonito, cheio de intensidade.
ResponderEliminarBjs
ResponderEliminarNem sempre sabemos se o que nos inquieta é a ausência do sonho, a solidão dos passos ou o silêncio que cai sobre a pele e a queima sem que a manhã nos acorde.
Nem sempre sabemos, por isso nos agarramos às palavras.
Gosto, gosto tanto...
Um beijinho
As palavras tomarem forma. Uma interessante questão, já mastigada por muitos, mas a conclusão é sempre a mesma: não há regra.
ResponderEliminar(Faz parte do caminho de cada um, dar vida às palavras, não é assim?)
Adorei o poema!
Beijo :)