quarta-feira, 3 de abril de 2024

Não há dunas sem vento

 




Nas vastidões de areia


e eras


onde o sol se funde ao céu

em chama viva



não há dunas sem o sussurro do vento

sem a carícia eterna

da sua coreografia.


Elas ascendem

imponentes

ao firmamento

esculpidas pela sábia mão

do sopro leve


contam histórias de nómadas

e estrelas

de paixões ocultas

dispersas na imensidão.


O vento

escultor sem forma

ou rosto

desenha linhas de vida e movimento


em cada grão uma memória

um pensamento


na areia

o palco da sua silenciosa canção.


As dunas vivem e morrem

ao capricho do vento

que as embala


não há dunas sem vento

sem a força que as desafia


sem a brisa que as molda

e as convida a dançar

ou as faz transformar.




BL

03.04.23












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