Saiu igual como num dia de sempre
noite de insónia
os olhos em nada
a vida sem remédio
apagada.
A portada da janela entreaberta
na penumbra o espaço sem contornos
a multiplicação de sons de longe
o zumbido da ilusão
de outras páginas.
Empurra os gestos do regresso
sabe de cor a porta a chave
as luzes a mecânica das coisas.
Decalcadas.
Silêncio.
A voz não cambaleava.
Saiu só. Às voltas. Às voltas.
Sem nada. Mais.
BL
05.03.21
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