Não
tenho como soltar dos meus olhos
as
amarras de um tempo
pendurado
em horas encharcadas de pássaros
e
de mar
e
de movimento.
Sigo
o trilho das gaivotas
que
transportam a luz nas nuvens da manhã
mas
a noite continua a arder
e
o tempo recusa-se a nascer
disperso
em esquecimento.
E
a minha pele submersa em silêncios
e
as palavras desfeitas em infinitos grãos de areia
levados
pelo vento
e
os dias estilhaçados na mesmice dos espelhos
dormentes
a
escorrerem pelo verso
lentamente
em
gotinhas de solidão.
BL
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