Suspenderia o tempo
nas flores de miosótis em que tecias o azul das tardes
e a limpidez dos teus olhos vertia na minha pele
a luz onde a estrada começava
e crescia
a (en)formar o gesto
e a palavra.
Escutavas os meus cansaços
entre o perto e a lonjura
das minhas assimetrias
e nas tuas mãos de abrigo eu sentia
o tronco da sabedoria
quando às minhas verdades inteiras
tu sorrias
tu sorrias.
Por vezes sabe-me a lodo
a estrada
derrama-se pelo chão a linha do horizonte
consomem-se os dias
por entre a nostalgia da terra molhada.
Ajusto o tempo à memória
e na textura da tua voz
regresso à doçura da casa
no silêncio de um tempo de raízes e regaços
que flutua na poeira dos meus passos
entre as rugas do crepúsculo
e os escombros das esperas.
BL
É sempre mais saboroso o atingir da meta quando o caminho é difícil.
ResponderEliminarNostálgico mas tão bonito!
ResponderEliminarBeijinhos
Lindo!!!!!
ResponderEliminarUma ternura de poema
ResponderEliminarSuspender o tempo na memória do verso
ResponderEliminarBelo e tocante
Bjo.
Belíssimo!!!
ResponderEliminarFiquei muito emocionada,querida Brígida.
Beijo.
ResponderEliminartalvez o tempo se tenha suspendido na flores azuis,
que atravessaram os mundos.
muito tocante e belo.
Beijos
Olá Brígida!
ResponderEliminarUma carta-poema que me emocionou. Quantas vezes sinto falta das" mãos de abrigo" onde também eu " sentia o tronco da sabedoria". Ah! Como recordo com saudade o se regaço e o seu sorriso.Um grande abraço.
Maria Emília
A mãe é sempre porto de abrigo, ainda que por momentos...
ResponderEliminarBelo e tocante, Brígida!
Beijo :)