sábado, 14 de janeiro de 2023

Retorno à idade da inocência

 



Crispam-se os rostos

na inquietude das palavras 

que ficam por dizer.


Rodo sobre o meu eixo

e perco-me no emaranhado

das agulhas do tempo,

no desnorte dos sentimentos

ocultos na superfície dos olhares.


Tragam-me de volta

a limpidez das águas

que refletem o azul

da idade de todas as inocências.


Abram as vossas mãos

e recolham os sorrisos e o viço das pétalas

partilhadas pela brisa

que da minha alma quer soprar a desilusão.


Retornem.


Absorvam as harmonias do piano

e dancem comigo as lembranças despertadas

ao ritmo da renovação.







BL
25.10.2009





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