quarta-feira, 6 de março de 2019

Por uma vírgula

Suspender o tempo na vírgula
que quebrava o espaço.

Tomar a asa de fogo
incêndio do pensamento

saber-te sonho 
mar que me fosse cais
um punhado de terra que me fosse chão.

Em silêncio calaria a vírgula sem rosto
que separava o tempo.
A circunscrever o lado
mais aceso das reticências...

E as vozes alarmadas do vento
a galgarem as margens

como náufragos a revestirem o tempo
de bebedeiras que
morriam.

06.03.19

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