segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Uma estrela uma árvore um rio

Ausentes de caminhos
os teus passos atravessam o texto.
O teu rosto
opaco
sedento de palavras cúmplices
que te desenhem planícies que ainda existam.
Dói te o silêncio confuso
que te desarticula o tempo.
Tudo se reduz a um espaço vazio
que se alastra e adensa
e corrói um sussurro sequer
que te traga uma estrela uma árvore um rio.

Há um inverno
que se atravessa no texto.
E os meus olhos embaciam de sal as palavras.

Porque me queima o silêncio
de uma estrela de uma árvore de um rio.

B.
06.01.19

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