domingo, 10 de março de 2013

Por entre nomes eternos


O rumor das palavras a subsistir
nos pedaços do meu corpo circunscrito
à fala da terra. E o silêncio.
Tão fluido o silêncio desarrumado
entre elas
_as palavras_
sem que eu consiga ancorar uma réstia
de luz em fuga.


Por entre nomes eternos
escorrem texturas de ausência
um vento incandescente a soprar cheiros
e afetos
a linguagem do lume a esgotar-se
na lareira.


O rumor das palavras a reconstruir
o gesto
o recorte dos ramos nas memórias
roubadas ao tempo
como se o olhar fosse um sussurro breve
a deslizar por entre os dedos
na urgência de fazer ressoar em mim
a fragmentação dos cardos indecifráveis.


BL

5 comentários:

  1. A fluidez do silêncio que abafa o verso
    fragmentado

    Bom te ler

    Bjo.

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  2. Entre a sombra do silêncio e a memória da luz.


    Um beijo

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  3. Revistando porque faltou acrescentar

    os nomes eternos
    são texturas de ausência
    como um vento incandescente a soprar cheiros
    fragmentando indecifrados cardos


    Difícil ficar indiferente à qualidade e à nostalgia da tua poesia

    Bjo.

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  4. Eterna é a memória
    Como sonho distante
    Nem o silêncio, silencia
    “Os cardos”…

    Tanta poesia…
    Muito bom ler-te!

    Beijinho

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