E percebi o abandono
das sementes do céu
das velas de agosto
e os rios a correrem
à altura das lágrimas.
Já aqui não estou
percebi
caminho por dentro de um sufoco
cortado pelo meio
durmo com o barro da infância
com a solidão das árvores
que aceitaram vestir-se de inverno.
Que horizonte é este
que leva os meus olhos por dentro?
Dói-me a luz
sombra da memória
a escorrer do tempo
como se chamasse pelas pedras
como se batida pelo vento.
BL
Lindo, lindo!
ResponderEliminarJá o tenho dito
ResponderEliminarA tua poesia tem um traço de inquestionável qualidade
Pelo tom (tantas vezes nostálgico onde me identifico)
pela invulgaridade dos versos
pela estruturação do que se diz e como se diz
Costumo dizer que poesia é (também)
dizer o óbvio de forma não óbvia
e este poema é bom exemplo
O mote é (suficientemente) evidente (para quem quiser LER o verso, claro está)- A perda da inocência e o peso da sua memória -
mas o verso não é evidente(é suficientemente "complexizado", aqui se devendo ler poetizado), o que sublima o que se diz
"E percebi o abandono
das sementes do céu
das velas de agosto
...
Dói-me a luz
sombra da memória
a escorrer do tempo
como se chamasse pelas pedras
como se batida pelo vento."
Muito Belo
Bjo.
Brígida,
ResponderEliminarPara além de inspiração, que 2013 envergue sempre roupagens de esperança!
Beijo :)
ResponderEliminarQue o horizonte continue a levar os teus olhos para dentro ( porque as palavras são belas e belo é o caminho)...
Um Ano de Paz e muita saúde é o que te desejo, do fundo do meu coração.
Um beijinho
ATÉ JÁ :-)
O tempo passou mas na infância me retenho,
ResponderEliminarQuando existiam estrelas.
A saudade da criança, do sonho que se erguia
As memórias que chamam (quase vividas agora)
A dor de já não ser
Do tempo que passado.
Tua poesia tem a beleza dos eternos sonhos.
Gostei muito!
BOM ANO!!
Beijo