Cantam os
rios
ébrios de mar.
Hão de
marear
_ digo-lhes eu _
Hão de
flutuar
os rios. Erguer-se do silêncio
e partir
no círculo
mais alargado
da vertigem.
Hão de
olhar para trás
os rios
os dedos hesitantes estendidos para
dentro
dos nomes
amarrados às margens.
Olhares que o coração não detém.
Hão de
cair
desgovernados
os rios. Como folhas de outono
que sempre
se anunciarão banhadas de amanhãs
diante da primavera.
Chegam e
partem
as estações
e os
rios
perdidos de ébrios
em busca do vento novo que lhes
circula
nas palmas das mãos.
Vão
marear
os rios.
Hão de
voltar
_ digo-te eu _
ébrios de espanto e de encanto e de memórias.
BL
2014
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