Passo
e vou deixando
ecos de mim em todos os espelhos.
Ficam olhares presos nos tempos,
a pele colada a relógios
que perdem a noção do espaço
e do movimento certo
e começam a rodar no sentido inverso.
Desvendo-me toda,
célula por célula,
entrego a minha essência a quem quiser lê-la.
Sabendo quem sou
e para onde vou,
suspendo-me em versos em que lavo a alma,
em busca do êxtase,
ou tão simplesmente, de uma doce calma.
Regresso,
quase sempre entre sentires desencontrados,
etérea, mendiga,
sedenta, isso sim, de uma mão amiga
dispersa,
esbatida em reflexos desfocados.
BL
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