As sombras do teto a passarem
num dia de madeira.
Sinto-as
na frieza de uma língua impronunciável
aquelas poalhas
difusas e determinadas.
Riem
as cobardes
fazem a festa do fogo porque
todo o corpo me dói
e atiro um poema
contra a parede.
Fogem pirilampos
assustados
e eu penumbra confusa
e eu em queda
a tropeçar
na solidão.
Condenam-me
confinam-me
sabem que somente conseguem
enfrentar-me
quando me trancam
sem ar
para respirar.
Não sabem
as cobardes
que
das palavras
não me podem isolar.
BL
27.08.22
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