sábado, 6 de agosto de 2022

De um tempo de aves

 




Há um livro pousado sobre a mesa

e uma voz que lhe chega de um tempo de aves

ateadas de luz.


Pedra solitária

desenha num gesto

um caminho de mar. E a penumbra


consente-lhe um sorriso de pétala

em que recolhe

o desvario de asas prometidas


num diálogo de sílabas proibidas.


Assim pensou

_ proibidas _

como um rasto de cinzas e de sombras

onde nada mais existe que o negrume dos reflexos

a morrerem de sede.


BL

05.08.22











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