Como se as ruas fossem rostos de silêncio
sem portas sem janelas
e os passos se juntassem na inquietação da manhã.
Sei de mim a desordem do tempo
na epiderme dos dias
e o nada que resta dentro dos nomes
em que me desdobrei.
Tantas coisas se passam dentro da palavra
e nas mãos entorpecidas grades retorcidas
a esmagarem o verso
olhares indecifráveis
amarrados às raízes da noite.
Hoje sei de mim o sabor silvestre
nos lábios da memória
debaixo de sete palmos de terra.
BL
Belo poema!
ResponderEliminar
ResponderEliminarSomos espaços fechados. E nada dirá tanto de nós, como essa terra que um dia será húmus feito de memória.
Belíssimo!
Um beijinho
Fria e triste.
ResponderEliminarMas bela, muito bela.
Versos amarrados às raízes da noite
ResponderEliminarTalvez a palavra seja o rosto do silêncio
E as faces, em desordem, os raros passos que nomeiam a manhã
"Tantas coisas se passam dentro da (tua) palavra"
que é impossível ficar indiferente
Sempre belo, muito belo
Bjo.