quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

De silêncio e água

 



havia uma brisa,
branda, breve,
a bailar no limiar da espuma.

um eco redondo,
rodopiando,
a levar no compasso
o voo dos pássaros.

um murmúrio,
tão vago, tão lento,
como corda que vibra
no silêncio suspenso.

e a ausência,
líquida, líquida,
a curvar-se no teu silêncio,
como nota que se dissolve
num acorde distante.

o tempo gotejava,
pingos de sombra,
pelas minhas mãos quietas,
musgos acesos,
a pulsar em contracanto
na penumbra da memória.





BL

10.12.25




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