quinta-feira, 1 de maio de 2025

O toque do tempo

 






Hoje

pedia somente a doçura

inquieta dos pássaros

como quem mendiga ao vento

o abrigo esquivo de uma melodia

a carícia de penas que desliza

etérea

pela bruma espessa da manhã.



Queria que o céu

na sua vastidão

[ de indiferença ]

derramasse pétalas em cascatas

[ fragmentos de lembranças ]

a dançarem ao toque imperecível

do tempo.



Que um acorde

[ áspero

ou frágil ]

dissolvesse as arestas do silêncio

[ abismo a devorar a alma ]

e fosse bálsamo

para as feridas ocultas

um murmúrio que cura

e desperta

uma esperança que voa

a arder

na imensidão.






BL

01.05.25









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