terça-feira, 26 de novembro de 2024

Prendo a noite nos bolsos

 






Não digo de um mar vazio

onde se cruza o tempo frio das artérias,

prendo nos bolsos a noite,

acendo o sangue quente nos meus dedos

soltos em zumbidos

embalados de sentidos 

e de vitórias.

Disperso no vento o cântico agitado,

dor, cobardia,

amargura do cansaço.

Valseio um papagaio rubro

suspenso de andorinhas renovadas,

ébria de azul,

calmo e silente no peito um voo leve,

um trilho de ar que o destino não percebe.   




BL

02.04.2010


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