sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Sob luas e silêncio

Para te explicares as palavras inquietas
voltas a olhar o horizonte
e a viver o silêncio que o outono descobre.

Do tempo verás nascer
lentamente o infinito

e é provável que te abeires de um refúgio
onde a lágrima atravesse a inocência
da primeira luz da manhã

e se deixe morrer sem nome.

BL
25.09.15

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

"Delete"




O tempo desgastado
entre clausuras e penumbras.

As paredes grafitadas de nomes e delírios
a abrirem janelas
fechadas para dentro.

Gavetas repletas de grandes planos
soletrando gestos distraídos.

Mas depois, o vento.

O que procura o vento
dentro de um retângulo branco?

BL
18.09.15

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Ausência

Escuta. São as rolas a estenderem um lamento rouco

sob as nuvens da tarde que decai.



A rua a ser o silêncio. E um olhar

a verter memórias

ou gestos sós e repetidos que perderam definição.



O teu nome a ser o eco

das aves e do vento



uma canção que ressoa num espaço indefinível



a nitidez dos instantes

diluídos no vermelho do horizonte.



O tempo a ser o silêncio.



E tudo o que sobra evoca a densidade das palavras

o tamanho espesso das sombras

subterrânea ausência.



BL

10.09.15