E depois há o toque turvo
onde o ser se desfaz em perguntas.
Cada gesto é só um rasto
numa areia que o vento apaga.
O turvo é o lugar da dúvida
onde o claro nunca se fixa.
O tempo lembra-nos
que tudo é breve
até o próprio instante.
Somos ecos que procuram sentido
sombras que se tocam sem se prenderem.
Um sopro que insiste em existir
mesmo sabendo que se vai perder.
E depois há o toque turvo
como se o universo nos dissesse
não há resposta definitiva
há apenas o silêncio que nos envolve.
BL
14.11.25