Eu apenas e a janela
sem rosto onde abrigo
o tempo.
Percorro a solidão
das ruas
a ausência magoa
o vazio ecoa
de asas abertas
palavras
por dizer.
Sustenho o chão na raiz
dos laços que me restam e sou
nas rosas
breves
que o silêncio não levou.
Eu apenas e a tela invisível
do tempo
em branco
que me sobrou.
BL
07.06.12