sexta-feira, 29 de julho de 2022

Ecos

 





A vida cortada ao meio

o negro e o vermelho

e tu

sonho de permeio.


Ilha de fogo

instante de ventos, folhas, águas

de claridade.


O tempo que foi

e tu a ficares

memória de todas as cores.


A vida cortada ao meio

e tu

crença do que resta dos aromas

da inocência.


Os olhos da verdade

à distancia do adeus na frieza

crua dos vocábulos.


Sobram os ecos

do não inteligível

o poema que regressa ao coração da noite.


Sobra a matemática das horas

no ritmo prosaico dos dias.


BL

01.12.21