Escrever superfícies de prata
onde correm fragmentos das minhas mãos
a formularem sombras
ou sementes imbuídas de esperança.
Sonhar ainda palavras suspensas
em janelas de primavera
ou a cor de uns olhos
em que o tempo se perdeu.
Se ainda me levassem
as marés
pelas nascentes
e as estradas quase sempre
pólen de lua cheia
e horizontes abertos sobre o mar.
Se ainda fosse um rio
a luz
que se abre todos os dias.
BL
22.05.16