terça-feira, 14 de julho de 2015

Poema de um tempo perfeito


Conseguir ainda vislumbrar nas margens

invisíveis pontos de luz. Percetíveis

no lado do silêncio. Ou presos

a um longínquo horizonte em fuga,

poente transitório a afundar-se na memória.



Agora que a água jorra das fontes

e que há girassóis a florirem em janeiro,

revivo praias sem fim,

a insistir num azul intemporal perto do rosto.



Longos anos feitos de sépia e palavras antigas

estremecem, de súbito,

à espera do tempo em que a palavra recomeça.



BL

14.07.15

4 comentários:

  1. "insistir num azul intemporal perto do rosto" e vislumbrar a luz e consentir o silêncio...
    As palavras só podem estremecer.
    Belo, muito belo.
    Beijo.

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  2. A vida só tem graça se for apreciada com todas as suas cores, em todos tons e nuances.A vida é um grande presente.
    Uma ótima semana!
    Beijos

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  3. Ao passar pela net afim de encontrar novos amigos e divulgar o meu blog, me deparei com o seu que muito admiro e lhe dou os parabéns, pois é daqueles blogs que gostaria que fizesse parte de meus amigos virtuais.
    Pois se desejar visite o Peregrino E Servo. Leia alguma coisa e se gostar siga, Saiba porém que sempre vou retribuir seguindo também o seu blog.
    Minhas cordiais saudações, e um obrigado.
    António Batalha.

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