sexta-feira, 26 de junho de 2015

A luz que ainda existe


O que aos poucos vais deixando cair

sob o peso dos meios-termos

dos meios-tons

das meias-horas



num fio entrelaçado de um silêncio maleável

e o tempo a toda a volta



onde resiste

uma serena coreografia de formas brancas.



Um mapa

a prender a luz que ainda existe

nos teus dias dispersos.



Um abrigo de vultos

a transportarem a eternidade



viagem invisível aos lugares mais profundos

suspensos de um tudo ou de um nada

que principiam no eco das palavras.



As palavras. Voz e sede das mãos

quando a vida é um pretérito

a preto e branco.



BL

25.06.15




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