quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Tudo em mim...




Tudo em mim precisa reacender

a memória e

regressar ao teu nome.



Nunca é tarde demais

para reaprender o lugar suspenso

onde as esperas resistem. Luzes espelhadas

no rio



momentos de onde escorre um luar

intenso que também

te pertenceu.



Tudo em mim

é presença. Barcos que dormem



na limpidez do horizonte

que os sonhos tocam.







Habitam-me as folhas que piso

e o inverno prepara para a morte.



Tenho apenas versos brancos a procurarem

refúgio na luz crepuscular.



Tudo em mim são ruas sem rosto

onde os verbos adormecem

no corpo da tarde.



Tudo em mim precisa

aquietar a memória. O tempo

é um deserto.



BL

02.10.14

2 comentários:

  1. Tudo é memória. Tudo é presença. O deserto do tempo, onde nascem os feiticeiros da sede...
    Um poema belíssimo!
    Beijo grande

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  2. ... um deserto

    e um desafio

    Belo o seu poema

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