terça-feira, 12 de agosto de 2014

Estranhamente doce




 
 
 
É aqui
que os dias se cruzam


espartilhados

como a
sede da gaivota onde ironicamente


agoniza
o verão.


São
longas as horas e o silêncio alonga-se


nas ruas
que dormem


na
inocência de sílabas proibidas.


Sei de
um equilíbrio impreciso


ou da
sombra errante que me amarra as memórias


à voz
que me rodeia o nome.


Tão
breve como a lucidez da folha


tecida
na sede das mãos


cresce
nos meus olhos


um
abrigo de água


estranhamente
doce.


BL

3 comentários:

  1. A linha que une a sombra errante - Memórias!

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  2. Amarrar as memórias à vida e deixar que os sonhos saciem a sede das mãos...
    Um belíssimo poema,
    Beijo.

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