terça-feira, 19 de agosto de 2014

Caem silêncios dos teus olhos




Dói-me a tarde
nos teus olhos.

A desenharem setembro
a apagarem agosto

quase deserto

[ quase memória ]

E o teu sorriso
trémulo
a contornar as sílabas
mal traçadas

[ ou do tempo a mágoa ]

Caem silêncios sobre a água
voo breve das palavras.

Sinais do sol

[ ou recomeço ]

Caem silêncios dos teus olhos.

Linguagem indecifrável
de um muro por onde corres

corres

ilusoriamente só.



BL

2 comentários:

  1. "Dói-me a tarde
    nos teus olhos.
    A desenharem setembro
    a apagarem agosto
    quase deserto
    [quase memória.]"
    O começo de um poema excelente, com uma estética e sensibilidade a confirmarem que todo o poema é feito por uma excelente poeta. Parabéns, Brígida.
    Um beijo

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