terça-feira, 8 de julho de 2014

Convergências


Sei que é tangível

a cumplicidade da palavra.

Clamo-a

agora mais do que nunca

para que nada mais se cumpra entre mim

e esta solidão cinza-violácea

que desce pelo anoitecer e respira

por dentro das paredes.

A saudade, tu sabes.

A casa embebida de longes.

A lentidão dos dias que passam.

A luz das pequenas coisas

simples e inadiáveis

suspensas nas intermitências da voz.

Espaços em branco

em redor do meu corpo. A fragmentarem

o movimento de um tempo que vem de fora

e demora a chegar.

BL

4 comentários:

  1. Convergentes podem ser as linhas paralelas

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  2. As palavras cúmplices. A saudade. A luz das pequenas coisas... Tudo a fazer deste poema um poema excelente...
    Beijo.

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  3. E esta poesia a sufragar a nostalgia...
    Muitíssimo bom...

    Um beijo amigo

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