sábado, 10 de maio de 2014

No meu olhar de chuva




Na passagem do poema,

junto-me

às janelas abertas,

perto da harmonia das árvores

que, lá fora, olham o bulício dos pássaros

ou a claridade do céu.



Escrevo apenas as palavras da tarde,

lentas, quase paradas,

como o vento.



Por dentro da simplicidade

do silêncio,

penso em ti

como luz em fuga

e sei o teu rosto refletido

em espelhos

que nunca entenderei.



Porque, soube-o sempre,

inventei-te no meu olhar de chuva,

enquanto procurava o nascer do sol.



BL

4 comentários:

  1. Um poema muito belo.
    Obrigada pelas palavras deixadas no meu "Ortografia" Passarei aqui outras vezes.
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  2. Belas palavras sentidas

    a lubrificar o chão que pisamos

    ResponderEliminar
  3. Brígida,
    O poema é maravilhoso, parabéns!

    Beijo :)

    ResponderEliminar
  4. inventamos o amor e o afecto, como quem escreve um verso
    ("perto da harmonia das árvores")

    recriamos o rosto, como quem se induz no mundo
    ("Por dentro da simplicidade")

    Mas, como entender a ausência que o espelho reflecte ?

    Sempre belos e inspiradores teus versos

    Bjo

    ResponderEliminar