sábado, 17 de maio de 2014

Degraus do tempo




Diante de nós
degraus intermináveis de um tempo
a que regressamos.

Com as mãos iludimos
a solidão das palavras que vêm de longe
pintamo-las de compromissos brancos
adivinhamos memórias e desertos
dentro do silêncio que se apodera de nós.

Perseguimos flores
na queimadura dos cardos.

Temos agora a bondade nos olhos
e ao fundo da verdade
penduramos uma tela:
_a fuga dos girassóis.

Procuramos abrigo dentro
do fogo de lágrimas irreprimíveis
esperando que delas
possamos sair inocentes
ou redimidos.

BL

2 comentários:

  1. Estamos sempre a desnascer

    alguns com boas memórias

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  2. Regresso à memória das palavras e do fogo que nos podem salvar... Gostei muito.
    Um beijo.

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